terça-feira, 13 de abril de 2010

A fina pintura do Mestre J G Fajardo


"Reconciliação" - óleo s/tela - de JG Fajardo







Quando posso acompanho os preparativos de Fajardo para o desenvolvimento de uma pintura, seja retrato, situações ou qualquer outro assunto que lhe pedem para pintar, ou ele mesmo, em seu ofício de pintor. Algumas vezes o vejo a olhar a tela branca, posta à frente, no cavalete. Sua fisionomia oscila entre desafio, serenidade, compulsividade e prazer. Fajardo tem por hábito pintar todo o fundo primeiro, camadas de tintas sobrepostas, em cores pastéis à óleo. Em sua paleta predominam o ocre, sépia, siena queimada, carmim, griz de pane, branco titâneo, pele, vermelho de cadmo, azul cerúleo e verde esmeralda. Essas cores misturadas adequadamente, transformam-se em outras, que a retina não processa, em primeira instância. Mas, à medida em que o artista as coloca em seus lugares próprios, àquelas cores se modificam. Esses antigos e indecifráveis tons passam imediatamente a dar o tom correto, ao objeto pintado. Tudo começa a fazer sentido nesse espaço de pano esticado sobre chassi de madeira. O lúdico é convocado a fazer parte, não fica à margem. A pintura do mestre fica entre o tênue fio que separa a realidade da fantasia. Sinceramente, não sei dizer bem, não sei exatamente se Fajardo traz realidade a fantasia, ou se fantasia a realidade.

Clara Novik

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